Supersubfaturado

Wednesday, April 06, 2005

Cansei

Pois é, eu vivo para o trabalho mas ele não quer que eu o faça. Daí vivo escondido, vejo minha garrafa d'água sumir da mesa e evaporar num lixo qualquer por aí. O tempo eu perco de casa mesmo, pois dali ninguém vai pedir que eu suma ou deixe escapar uma folga relâmpago para andar pelas ruas do centro procurando nada. Aqui eu tô procurando nada, antes de tudo.
E isso me cansa, sim. Como cansa pedir atenção e não ter tempo para aturar rejeição. Fatigado, enjoado, enojado, tudo numa pessoa só. Daqui a pouco eu me atiro desses andares daqui de cima porque em breve ninguém vai notar mesmo. Eu sou quase um fantasma, me tratam como um. Na verdade, talvez eu seja um mas ainda não percebi.
O tempo não é iluminado, não, Oswald. Quando dá de ele correr contra você, não há quem o segure. Eu não o seguro mais, e nem mais seguro estou de pensar se gosto dele ou não. Talvez não. Tudo talvez, nada certo. Ou tudo certo, eu é que estou errado.
Mas só acho, tô meio perdido, confuso nessas trocas, pois cansei de trocar. E agora eles e elas é que me trocam, e nem sei qual reação empregar, se há reação, se dá para entender alguma coisa.
Eu não entendo mais nada, e como garantia antes até preferia me esconder, mas agora eu tenho nojo disso. Não quero que me escondam nem mais me perder por entre corredores salvando a pele e alguém, mais entidade que pessoa, de multa – que eu já paguei por nem sei o que na alma.

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