Supersubfaturado

Monday, March 21, 2005

O nada, antes de tudo

Segundas como esta eram para ser de outro tipo. Chove, mas faz calor. No jornal, o Cony fala sobre o nada, os cronistas falam da valentia, da raça e da técnica do Corinthians, que venceu, foi bem e foi Corinthians. Eu já rezei para que todas as semanas começassem numa segunda-feira assim, de vitória alvinegra e chuva. Porque gosto de ver o asfalto secar enquanto folheio o jornal em busca do mesmo assunto (o jogo que já vi e quero ver alguém comentar) ou do nada do Cony. Quando de Cumbica saí em um ônibus em direção à minha casa, recém-chegado da Bolívia, dei valor ao verde que margeia o Tietê (só mato, mas na Bolívia quase nem isso há) e ao muro que ostenta as conquistas do time do Parque São Jorge. E ao Cony falando de uma árvore de Natal gigante da Lagoa que estava bem pior e sobre as mulheres, que cada vez mais belas estavam. E pensei como um argentino vendo os seus pibes jogarem uma bola qualquer numa rua qualquer do Belenzinho.
Hoje eu só queria estar de volta, não só ver coisas desse dia repetidas. Estar numa viagem de volta, apagar essas preocupações que cessaram o final de semana e que fizeram a órbita tornar-se autista. Transformar a preocupação em só buscar nos jornais a mesma notícia da vitória do Corinthians e tornar-se menos sofredor quando meu time deixa sê-lo.

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