Supersubfaturado

Monday, December 27, 2004

Fritar, só os pés

Antes que o sol queimasse ainda mais meus neurônios e me transformasse num autêntico representante das tropas do axé, decidi me exilar em um rancho à beira-mar em Olinda. Aqui dá a impressão de que o mundo gira, ainda, com o povo discutindo que há para se discutir na rua.
Cadê o malandro falandro em inglês e amarrando fitinha no meu pulso sem eu pedir? Ora, aqui não há. As meninas aqui não mandam tchau, mas tem um sorriso para distribuir sempre que um pedido (que não é o de um sorriso) é feito ou realizado. Pois esse movimento realiza desejos, sim.
Cadê o pôster do Antonio Carlos, não o Mussum (grande mestre) mas o Magalhães?. Ora, o jornaleiro aqui da frente tem coceiras só de ouvir esse nome. Aqui quem manda é a Luciana, do PC do B, numa das cinco cidades administradas pelos comunistas e a maior de todas. Lá na BA ninguém entende como o paulista vota no Maluf até cansar (e parece que enfim eles cansaram) mas não cansa de devotar amor ao painho. Vai entender. Aqui do lado eles têm João Paulo, que, além de boa gente, ganhou de lavada ainda no primeiro turno e foi para SP ajudar a Marta. Putz, e foi daqui que saiu o Otto, por quem larguei a irritação pela quase devoção – foi massa o que ele fez no VMB, como foi também o resultado de Sem Gravidade, um dos cinco grandes CDs do ano.
Eu tenho a disposição de gostar das gêmeas Recife/Olinda antes de jamais ter pisado os pés sobre o asfalto quente daqui. Só o meu pé frita. Ainda bem. Preciso de ar para os neurônios.

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