Supersubfaturado

Thursday, September 29, 2005

Querem acabar comigo, Roberto

Pelo menos você teve alguém com quem brigar
Karine Alexandrino
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Quarta à noite, Milo Garage, SP. Mulheres e homens, mas não há mulher e homem, homem e homem e mulher e mulher. Lá todos posam de roupa: as roupas são seus corpos e seus estilos. Sem elas, talvez não existissem. E talvez seja essa a resposta: são pessoas que esnobam seus corpos em razão da imagem. A diferença delas com itens de decoração e plantas ornamentais é quase nulo. Mas há uma diferença, sim: as plantas respiram.
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No palco, Karine Alexandrino. Sobre uma base, ela canta, geme, sussurra. As canções são de amor ou não, de desilusões ou não, mas são engraçadas. Acho graça porque rio das desgraças _e ela as enumera ali na minha frente. Chama alguém para dançar suas músicas, alguém sem ritmo, que deita no chão e se esfrega no rapaz do meu lado. "Pelo menos você teve alguém com quem brigar", dispara numa das canções Karine. Outras seguem nesse vaivém. Enfim, era o show. Era aquela noite. Quem se importa com aquelas plantas vestidas de gente no meio da pista?
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E o Corinthians ensina que há esperança, ou não há esperança. De qualquer forma, a lição é válida. O empate aos 46 do segundo tempo não é sinal de que há esperança, é sinal de que há a razão de lutar. Até o segundo final, na casa do adversário. Enfim, sou salvo de novo pelo meu time _mas desta vez o prazer foi maior.
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As mulheres mudam, as mulheres vão. O Corinthians é o mesmo.

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